Conheça as orientações da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva sobre COVID-19

A Organização Mundial da Saúde declarou Emergência em Saúde Pública de Importância Internacional diante das infecções causadas pelo novo coronavírus (COVID-19). Você sabe qual o impacto do vírus para os casais que estão tentando engravidar e para aqueles em tratamento de reprodução assistida?

A Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASMR) divulgou, no último dia 12 de março, um boletim com orientações para os pacientes em tratamento de reprodução assistida e para os casais que estão tentando engravidar. Com bases nessas orientações, vamos esclarecer as principais dúvidas a seguir.

Qual o impacto do coronavírus?

Por se tratar de uma nova infecção, há poucas informações sobre o impacto do COVID-19 na reprodução e na gravidez. Os dois primeiros trabalhos científicos publicados por pesquisadores chineses buscaram investigar os impactos da infecção na gestação e o potencial de transmissão do vírus da mãe para o bebê (transmissão vertical intra-uterina). Ainda é muito cedo para determinar conclusões, porque o número de casos analisados é pequeno. As pesquisas chinesas trazem relatos de mulheres que testaram positivo para COVID-19 e deram à luz a bebês livres da doença, o que indica que não há transmissão de mãe para filho por via placentária.

O impacto do coronavírus é o mesmo do zika vírus?

O zika vírus pode ser transmitido da mãe para o bebê por meio da placenta e pode causar defeitos congênitos. Além da microcefalia e da síndrome congênita do zika, a infecção pelo vírus zika, está associada a aborto, crescimento prejudicado, defeitos oculares e perda auditiva na criança. É provável que o coronavírus tenha baixa transmissibilidade vertical e, até o momento, não há implicações do COVID-19 e dos outros coronavírus no desenvolvimento fetal.

Qual o impacto do COVID-19 para as gestantes?

Apesar de não haver dados específicos sobre o COVID-19, outras formas de coronavírus, causadores da síndrome respiratória aguda grave (SARS-CoV) e da síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS-CoV), estão associadas a desfechos adversos na gravidez. Isso porque o sistema imunológico da gestante está deprimido, o que pode levar os quadros pulmonares a se tornarem mais graves. É recomendável o rastreamento sistemático de qualquer suspeita de infecção nas gestantes, que devem ser acompanhadas de perto durante o pré-natal. Essa recomendação também é válida a outras formas mais comuns de doenças respiratórias.

Fui diagnosticada com coronavírus, e agora?

As recomendações da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASMR) são a prudência e o bom senso. No momento, não há motivos de alarme para as pacientes que já estão grávidas.

Por precaução, devem evitar a gravidez pacientes que tiveram febre ou tosse, falta de ar e/ou um resultado positivo para infecção por coronavírus. Também devem adiar a gestação os casais que tiveram contato com pessoas afetadas pelo COVID-19 na janela de contágio, ou seja, dentro dos 14 primeiros dias após o início dos sintomas.

A recomendação também é direcionada às doadoras de óvulos, aos doadores de esperma ou útero de substituição. Para os pacientes afetados pelo coronavírus em tratamento ativo de reprodução assistida, é sugerido o congelamento de óvulos ou embriões, para que a transferência ocorra após a cura da infecção.

Revisado por Dr. Evangelista Torquato (CRM-CE 5688 | RQE 6858).

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