Doenças do sistema reprodutor feminino: quais são as principais?

Por muito tempo a saúde íntima da mulher foi um tabu. Por isso, muitos incômodos, dores e desconfortos se tornaram “normais” a tantas pacientes. É importante conhecer seu corpo, os sinais que ele oferece para o que é ou não normal.

 

Patologias no sistema reprodutor feminino podem ter uma influência muito grande não apenas na qualidade de vida, mas também na minimização das chances de uma gestação. Confira o conteúdo que preparamos a seguir e aprenda um pouco mais sobre esse assunto!

 

Candidíase

Provocada por fungos do gênero Cândida, a candidíase é comum no verão devido à alta frequência a praias e piscinas, além do uso contínuo de biquínis molhados, contatos com areia e cloro. Enfim, situações que potencialmente mudam o pH ou alteram a flora vaginal, permitindo a instalação da infecção. Mas esta doença pode ocorrer em qualquer estação do ano, pois é considerada oportunista. Isto é, ela se aproveita de um momento de maior fragilidade do organismo e da proliferação de micro-organismos no ambiente.

 

Mesmo não sendo considerada uma doença sexualmente transmissível, ela pode ser transmitida através de relações sexuais, afetando homens e mulheres. Nas mulheres, os sintomas são dor, coceira, ardência, inchaço e vermelhidão na vulva, associados a dor para urinar e durante a relação sexual e, principalmente, corrimento esbranquiçado tipo leite talhado.

 

Para iniciar o tratamento é preciso determinar as causas e combatê-las. O médico pode indicar antimicóticos e pomadas antifúngicas de uso local. Quando não são suficientes, ele prescreve medicamentos por via oral por tempo mais prolongado. Cabe ao ginecologista escolher o que é melhor para cada paciente.

 

Cuidados básicos são a melhor maneira de evitar a doença. Usar roupas leves e que permitam a ventilação dos órgãos genitais, manter uma boa higiene íntima, usar preservativos durante as relações sexuais e visitar, periodicamente, seu ginecologista.

 

HPV

HPV é a sigla para Human Papiloma Vírus, um microrganismo comum que pode estar presente na pele e nas mucosas dos seres humanos, inclusive em áreas como a vulva, a vagina, o colo de útero e o pênis. É, portanto, sexualmente transmissível e a ausência no uso de preservativo durante o ato sexual aumenta o risco de contágio do vírus.

 

A transmissão de mãe para filho também é possível na hora do parto, se o trato genital materno estiver infectado, embora isso seja menos comum. O HPV pode ser controlado, mas ainda não há cura contra o vírus, que é a principal causa de câncer do colo do útero e da garganta, quando não tratado.

 

Síndrome dos Ovários Policísticos

A Síndrome dos Ovários Policísticos, popularmente chamada de SOP, é um problema comum entre as mulheres. Pode provocar alterações nos níveis de alguns hormônios, levando à formação de cistos nos ovários. A doença acomete mulheres em idade reprodutiva e pode levar a dificuldades de conceber um filho.

 

Suas causas ainda não são totalmente esclarecidas, mas a hipótese mais aceita é que exista uma origem genética. 50% das mulheres com essa síndrome têm hiperinsulinismo e o restante apresenta problemas no hipotálamo, na hipófise, nas adrenais e produz maior quantidade de hormônios masculinos.

 

Essa doença pode se caracterizar por menstruação irregular, alta produção de testosterona, eventual aumento no volume ovariano, aumento dos pelos no rosto, seio e abdômen. Além de acne, queda de cabelo, depressão e infertilidade.

 

O médico e a paciente podem debater maneiras de controlar a síndrome, que envolve mudança no estilo de vida, com o controle da alimentação e práticas de atividades física.

 

Mioma

Miomas nada mais são do que tumores benignos que surgem no útero. Seu desenvolvimento se dá por distúrbios hormonais que causam um enovelamento das fibras musculares e, assim, formam nódulos de coloração esbranquiçada e consistência firme nesse órgão.

 

Na maioria das vezes, os miomas são múltiplos e o seu desenvolvimento guarda uma forte relação com a obesidade e a nuliparidade (não ter filhos). Mas a principal causa é o estrogênio, que justifica a maior incidência da doença entre o auge da fase reprodutiva e a menopausa.

 

Com tamanhos variáveis, na maioria das vezes, não são percebidos pelas mulheres por não provocarem nenhum sintoma. O sinal mais comum é o sangramento menstrual intenso que dura mais de uma semana, o que pode causar anemia, pressão ou dor na pélvis, necessidade de urinar com frequência, constipação e dores nas costas e nas pernas.

 

Não existem tratamentos para os miomas desaparecerem, mas, se os sintomas forem muito fortes, existem algumas opções para impedir o aparecimento ou reduzir o crescimento. O uso de contraceptivos orais também pode ser uma opção, em casos mais graves há a possibilidade de intervenção cirúrgica para retirada dessas massas.

 

Endometriose

A endometriose é a presença de endométrio, que é o tecido que reveste o interior do útero, em áreas que estão fora da cavidade uterina. Ou seja, ele pode estar em outros órgãos da região da pelve, como ovários, trompas e até mesmo intestino ou bexiga.

 

A endometriose é considerada uma doença crônica e não tem cura, mas há alguns tratamentos que podem ser utilizados para amenizar os sintomas. A sua causa não está completamente esclarecida e além do impacto na qualidade de vida da mulher, pode levar à infertilidade.

 

Este artigo com as principais doenças do sistema reprodutor feminino foi útil para você? Então, confira também nosso post sobre os exames que ajudam a identificar a infertilidade feminina! Não esqueça de agendar sua visita ao seu (sua) ginecologista.

 

Revisado por Dra Claudia Georgia (CRM-CE 7476| RQE 3536 ) e Dra Raquel Mattos (CRM-CE 14268 | RQE 8013).

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