Durante um ultrassom obstétrico é muito comum os futuros pais perguntarem como estão as batidas do coração do bebê. A preocupação é válida. Segundo o Dr Everardo Guanabara, das malformações congênitas, as cardiopatias são bem comuns e contribuem significativamente para o aumento da mortalidade fetal e neonatal, quando não detectadas no pré-natal.
Por isso, o estudo do coração do bebê deve ser feito em cada exame de ultrassom. Dr. Everardo explica que o ritmo e a frequência cardíaca são apenas dois dos muitos detalhes a serem examinados. Quando escuta as batidas do coração, o médico avalia se existe arritmia, bradicardia (frequência cardíaca reduzida) ou taquicardia (frequência cardíaca aumentada).
A anatomia do coração também deve ser avaliada. “No primeiro trimestre fazemos esta avaliação de modo indireto através do estudo do ducto venoso e da valva tricúspide, que são estruturas que dão entendimento que a anatomia e a função cardíaca devem estar normais. Podemos ainda também avaliar o sentido do fluxo dentro das câmaras cardíacas para ter entendimento da funcionalidade e anatomia naquele período, podendo-se suspeitar de entraves ao fluxo sanguíneo ou distorções do coração do bebê”, explica o Dr Everardo, ressaltando que ainda no primeiro trimestre (11 e 14 semanas) é possível estudar o coração do seu bebê.
Diante de um quadro de cardiopatia, é necessário um preparo diferenciado para acolher o bebê na hora do parto. Por isso, vale a pena sim perguntar durante o ultrassom: “as batidas do coração estão normais, doutor?”.