Hidrossalpinge é expressão máxima das doenças inflamatórias pélvicas

A hidrossalpinge é caracterizada por uma dilatação da trompa

A hidrossalpinge é uma das doenças mais graves no que diz respeito à função das trompas de transportar o embrião até o útero. Essa patologia se caracteriza pela dilatação da trompa causada, principalmente, por algum processo infeccioso.

Geralmente, isso acontece devido a uma bactéria que pode ser transmitida sexualmente, como a clamídia ou o gonococo. Podemos dizer que é uma sequela de processos inflamatórios pélvicos ou das trompas. Quer saber mais sobre o que é hidrossalpinge, suas causas e tratamento? Então continue a leitura do post!

O que é hidrossalpinge?

O nome hidrossalpinge tem a sua origem na língua grega, na qual hydro quer dizer água e salpinx significa trombeta ou trompa. Sabendo disso, podemos inferir que se trata de uma condição patológica em que a trompa de Falópio encontra-se bloqueada, estando preenchida com líquido, que pode ser seroso ou claro.

Se essa trompa estiver preenchida com sangue, o quadro denomina-se hematossalpinge, enquanto se a região ficar cheia de pus, a patologia chama-se piossalpinge. Eventualmente, mesmo que a origem seja uma infecção já debelada, a hidrossalpinge pode persistir e continuar gerando a formação de líquido e obstrução do local.

Usualmente, o processo infeccioso lesiona e fecha a trompa em sua parte distal. Por causa da obstrução, o líquido que a trompa geralmente produz, e deveria cair na cavidade abdominal, acumula-se no local, provocando o inchaço do órgão. Essa secreção acaba voltando também para o útero, é infecciosa e contém substâncias que matam o embrião.

O fator tubário é uma das causas mais comuns para a infertilidade. É importante deixar claro que nem toda mulher com problemas nas trompas tem a hidrossalpinge. Essa última é a expressão maior das doenças inflamatórias pélvicas (DIP) e está associada à infertilidade conjugal, à gravidez tubária e à propensão a infecções.

Quais são as causas da hidrossalpinge?

Como dissemos, a principal origem da hidrossalpinge costuma ser uma infecção, que pode ter a sua etiologia em uma doença sexualmente transmissível, como a clamídia. No entanto, existem outras causas, como uma cirurgia abdominal anterior, aderências pélvicas e até apendicite.

Outra causa recorrente de hidrossalpinge que poucos conhecem é a endometriose. Essa patologia ocorre pela presença de tecidos endometriais, que são os que revestem as paredes internas do útero, fora desse local. Isso pode provocar inflamações, dilatações e a formação de líquido.

Como diagnosticar a hidrossalpinge?

Embora essa patologia possa ter um quadro totalmente assintomático, uma trompa bloqueada pode ficar bastante distendida, aumentando em vários centímetros de diâmetro. A lesão geralmente causa infertilidade e casais que estão tentando engravidar há muito tempo podem perceber que algo está errado.

Além do quadro clínico, que deve ser muito bem avaliado e observado pelo médico, o diagnóstico deve ser feito por meio de exames, com destaque para a histerossalpingografia e o ultrassom transvaginal. Eventualmente, uma gravidez ectópica pode ser o primeiro sinal de que a mulher está enfrentando esse problema.

Como tratar a hidrossalpinge?

Logicamente, como as causas de hidrossalpinge podem ser bastante variadas, é fundamental estudar cada caso de forma personalizada para escolher um tratamento. Se as duas trompas forem afetadas, as chances de uma gestação natural, por exemplo, serão impactadas negativamente. Mesmo com o auxílio dos tratamentos de reprodução assistida, é necessário tratar a hidrossalpinge para evitar que o líquido expelido impeça a implantação do embrião no útero.

Em situação mais simples de bloqueio, o problema pode ser reparado por um procedimento cirúrgico laparoscópico. Se ficar evidenciado que as tubas estão inchadas, é prudente administrar antibióticos para reduzir os riscos de reativação de um processo inflamatório. Para algumas mulheres, a fertilização in vitro é aconselhável.

É possível engravidar com hidrossalpinge?

Como mencionamos, com o tratamento adequado, é possível que a mulher engravide. Se a hidrossalpinge tiver afetado apenas uma das trompas e a outra ainda estiver bem permeável e desobstruída, também existe a possibilidade de uma gravidez natural. Entretanto, o líquido acumulado expelido ao longo do ciclos tenderá a dificultar a implantação de um embrião que esteja tentando se fixar no útero, seja na gravidez natural ou assistida.

É preciso analisar cada caso de hidrossalpinge de maneira personalizada, pois existem alternativas que podem oferecer melhores taxas de sucesso para quem deseja uma gestação, até mesmo por tratamentos de reprodução humana assistida. Muitas vezes, a paciente deve primeiro se submeter à retirada da trompa doente para aumentar suas chances.

Um alerta muito importante que deve ser deixado aqui é para que a mulher não se descuide. Não adie as consultas com o seu ginecologista e fique atenta ao seu corpo. Ao menor sintoma de infecção, procure seu médico. Previna-se das doenças sexualmente transmissíveis com o uso de preservativos. A prevenção é sempre o melhor caminho!

Como você pôde ver, a hidrossalpinge é um problema que pode até ficar assintomático por algum tempo, mas é uma doença potencialmente grave e que pode ter consequências bastante desagradáveis, especialmente para quem deseja engravidar. Para muitos, a hidrossalpinge é expressão máxima das doenças inflamatórias pélvicas.

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Revisado por Dr. Evangelista Torquato (CRM-CE 5688 | RQE 6858).

Texto publicado em 4 de fevereiro de 2014. Atualizado em 30 de janeiro de 2020.

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