Gravidez de múltiplos

O nascimento de filhos múltiplos, que acontecia a uma média de dez em cada 1.000 nascimentos, aumentou cerca de 10% de uns anos para cá. Nos Estados Unidos, o número de nascimentos múltiplos quadruplicou nos últimos 25 anos. No Brasil, apenas na maternidade São Luiz, em São Paulo, os partos de gêmeos aumentaram 80% no ano passado e os de trigêmeos, 20%.

Grande parte deste aumento, de acordo com os especialistas, é resultado do tratamento de Fertilização In Vitro, que tem ajudado vários casais a realizar o sonho de ter um filho. A utilização de hormônios durante o tratamento faz com que a mulher produza, num único ciclo menstrual, vários óvulos prontos para ser fecundados, quando o natural é um por vez. Estes óvulos são fertilizados com o esperma do parceiro e transferidos de volta para o útero. Quanto mais embriões transferidos, maior a probabilidade de múltiplos.

A probabilidade natural de uma mulher ter filhos múltiplos é de apenas 1,25%. Com a fertilização in vitro, a probabilidade é de cerca de 20% e com indutores ovulatórios, de 12,5%.

O que pode ser uma grande alegria para os pais, tem preocupado os médicos, que analisam, dentre outros fatores, a saúde e a qualidade de vida dos bebês. Uma gestação múltipla aumenta em sete vezes a chance de nascimento prematuro. Nessas condições, os bebês ainda não possuem várias das funções do organismo plenamente desenvolvidas e tem quatro vezes mais chance de alterações congênitas e retardo de crescimento.

Dessa forma, os centros de fertilidade estão tentando diminuir as chances da gravidez de múltiplos, mesmo a um custo de taxas de sucesso ligeiramente inferior. Para isto, as clínicas estão se concentrando sobre a transferência de menos embriões e no desenvolvimento de formas mais sofisticadas para identificar os embriões mais saudáveis com a maior chance de sucesso. Assim procura-se otimizar ao máximo as chances de gravidez, sem que se tenha um risco elevado de gravidez múltipla.

Além disso, em 2010, o Conselho Federal de Medicina limitou o número de embriões que as pacientes podem receber a cada tentativa. Para mulheres de até 35 anos, são no máximo dois. Para as de 36 a 39, três. E para as de 40 em diante, quatro.

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