Quase todas as mulheres adolescentes com dor pélvica crônica que não respondem ao tratamento médico convencional, acabaram sendo diagnosticadas com endometriose. É o que afirma nova pesquisa realizada.
De acordo com pesquisas feitas anteriormente, cerca de 60% a 70% de adolescentes com dor pélvica crônica que não melhoraram com medicamentos antiinflamatórios ou contraceptivos orais, foram diagnosticadas posteriormente com endometriose.
Com os avanços nas técnicas laparoscópicas capazes de detectar lesões atípicas de endometriose, os pesquisadores do Hospital Infantil e do Harvard Medical School em Boston descobriram que uma proporção ainda maior de adolescentes pode ter lesões de endometriose.
Na reunião anual da Sociedade Norte-Americana de Ginecologia Pediátrica e Adolescente em Miami Beach, os pesquisadores relataram os resultados da laparoscopia feita em 117 pacientes com idade inferior a 22 anos que foram diagnosticados com dor pélvica crônica. Noventa e oito por cento (115 de 117) tinha endometriose, todos com estágio I ou II da doença. Cerca de metade (50,4%) tinham dor cíclica, 10,4% tinham dor acíclica e 39,1% tinham tanto dor cíclica quanto acíclica.
Outros sintomas apresentados foram problemas gastrointestinais (15,7%), urinários (2,6%), menstruações irregulares (7,8%), e menorragias (3,5%). Três quartos dos pacientes já possuíam uma história familiar de endometriose.
Pesquisadores especulam que uma série de questões pode explicar o aumento na taxa de diagnóstico de endometriose do Hospital Infantil, entre elas estão: melhoria ótica laparoscópica, visualização melhor das lesões endometriais, utilização de novas técnicas de laparoscopia e maior experiência dos cirurgiões.
Se você possui um caso similar na sua família, siga a dica dos pesquisadores: encaminhe a adolescente com dor pélvica crônica refratária a um ginecologista com experiência em achados sutis de endometriose atípica.