O uso de celular e suas repercussões na fertilidade masculina

Celulares – inimigos do homem moderno ?

O telefone celular há muito deixou de ser um artigo de luxo e tem se tornado um componente quase essencial nos dias atuais. O aumento na popularidade dos telefones celulares tem sido acompanhado por uma crescente preocupação com os efeitos danosos das ondas de radiofreqüência eletromagnética por eles emitidos. Embora as companhias telefônicas assegurem que não existem riscos para seus usuários, estudos baseados em experimentos em animais e humanos mostram efeitos adversos sobre os sistemas biológicos. De acordo com vários trabalhos, uso excessivo do celular pode levar a fadiga, dor de cabeça, concentração diminuída, irritação local e queimaduras.
Um possível papel do telefone celular induzindo o aparecimento de tumores foi proposto em um estudo epidemiológico publicado em 2006 por Hardell e colaboradores. Entretanto, é preciso antes de tudo pontuar que as pesquisas atuais ainda são inconclusivas, não são completamente validadas do ponto de vista de metodologia científica. Necessita se mais aprimoramento e tempo para que a verdade apareça despida e nua e desta forma possamos tirar conclusões definitivas.

TELEFONE CELULAR E SEUS EFEITOS SOBRE A FERTILIDADE MASCULINA

Os telefones celulares emitem um tipo de onda chamada de onda de radiofreqüência eletromagnética. Existem já na atualidade vários estudos mostrando um possível papel deletério na espermatogênese mas ainda não sabemos o mecanismo exato. Vamos falar um pouco de fisiologia! Sabemos que o testículo para trabalhar de forma correta, precisa ficar em uma temperatura em torno de dois graus centígrados abaixo da nossa temperatura interna. Normalmente a nossa temperatura interna fica em torno de 37 graus. As ondas provenientes dos celulares podem aumentar a temperatura testicular ou corporal danificando a espermatogênese ( Kandeel and Swerdloff, 1988; Jung and Schill, 2000). Entretanto não se sabe ao certo se o mecanismo é apenas este. Até mesmo porque existem estudos reportando que estas ondas não tem nenhum efeito térmico. Nylund e Leszczynski em 2004 publicaram um ensaio interessante: uma enzima chamada de isocitrato desidrogenase é um dos alvos da radiação emitida pelos celulares e a alteração nesta enzima leva a uma diminuição na produção de ATP (adenosina trifosfato) e a movimentação dos espermatozóides depende da geração de ATP. Bem, todos sabemos que as células tem um núcleo e dentro deste núcleo fica o DNA ou cromossomos, existem estudos que mostram um aumento na quebra deste DNA quando expostos a radiação emitida pelos celulares. A quebra deste DNA esta associado a infertilidade, abortos etc. Mas temos um problema: a maioria destes estudos foram realizados em ratos e não podemos generalizar e trazer estes dados para os humanos. Mais recentemente acumula se estudos nos quais os homens são testados. Um dos maiores pesquisadores deste é o Prof. Ashok Agarwal, indiano, Diretor da Cleveland Clinic. Uma de suas últimas publicações mostrou um declínio acentuado na movimentação dos espermatozóides em homens que usavam o celular por mais de 4 horas ao dia. A motilidade dos espermatozóides parece ser um dos parÂmetros que mais se altera nos estudos realizados até aqui. Feges em 2005 analisando 371 homens que se apresentavam inférteis , concluiu que quanto mais tempo de uso do celular menor era a quantidade de espermatozóides com movimentação normal. Wdowiak em 2007 mostrou que 70% dos homens que não usavam celular tinha espermatozóides com movimentação normal, enquanto apenas 35% daqueles que usavam tinha este parâmetro dentro da normalidade.

O assunto é polêmico e merece cuidado. Novos métodos de pesquisa estão em curso, novas verdades tornarão se nuas. Por enquanto aconselho aos homens a não usarem o celular próximo da área genital, evitando se, portanto o bolso da calça. Tenham todos um bom carnaval, fiquem com Deus…sempre! Até a próxima semana.

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