Técnicas de congelamento ajudam a preservar a fertilidade de paciente com câncer

Apesar do diagnóstico precoce aumentar as possibilidades de cura do paciente oncológico, é importante informar que quem se submete a esse tipo de tratamento pode perder a capacidade reprodutiva. Na maioria dos casos, os danos são irreversíveis e a gravidez pode não se tornar realidade. A transposição ovariana, que busca reduzir a exposição dos ovários à irradiação, é um dos métodos para preservação da fertilidade, mas só é eficaz em casos de tratamento exclusivo com radioterapia.

“Quando se utiliza quimioterapia, a ação das drogas ocorre em todo o organismo e o ovário ou o testículo quase sempre são comprometidos. Os riscos maiores são quando, na quimioterapia, se utiliza agentes que alteram o DNA, impedindo que a célula se multiplique”, explica Evangelista Torquato, especialista em reprodução humana. Atualmente, a maneira mais comum de preservação é o congelamento de embriões ou de gametas, mas a técnica só pode ser utilizada em adultos. O congelamento de tecido gonadal (ovariano ou testicular) é uma alternativa para preservar a fertilidade de um paciente com câncer que é apenas uma criança ou uma mulher que não encontrou o parceiro ideal para gerar um embrião. No caso das mulheres, a idéia é retirar completamente o ovário e criopreservá-lo durante o tratamento do câncer.

Após a cura, o ovário seria transplantado novamente para a paciente. Ainda em fase experimental, a técnica vem sendo estudada pelo Prof. Dr. Johan Smitz, chefe do laboratório de biologia folicular e reprodução humana da Universidade de Bruxelas. Dr. Smitz é pioneiro nas pesquisas de congelamento de tecido ovariano. Seu grupo de cientistas, juntamente com o Dr. Jaques Donnez, conseguiu, em 2004, a primeira gravidez em nível mundial com transplante de tecido ovariano previamente criopreservado No Brasil, o médico Evangelista Torquato já iniciou um intercâmbio com Johan Smitz com o objetivo de trazer a técnica para o país.

Os estudos são uma esperança para mulheres que sofrem dos mais variados tipos de câncer e que, como conseqüência do tratamento, têm sua fertilidade comprometida ou tornam-se completamente inférteis.

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